terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dilma, a ausente

No debate entres os candidatos à presidência promovido pela TV Canção Nova em 24 de agosto de 2010, Dilma Rousseff chamou atenção por sua ausência.
De fato, em um ambiente como aquele, em que pululavam perguntas relativas à vida e à família, Dilma ficaria extremamente embaraçada. A ausência dela foi atacada pelo candidato Plínio Arruda Sampaio (PSOL).
Plínio destacou-se pela maneira direta e incisiva de responder às questões. Declarou-se contrário à ostentação de símbolos religiosos nas repartições públicas e favorável à decisão da mulher de fazer ou não um aborto. Embora nenhum cristão possa votar nele, é admirável que ele tenha tido clareza em expor suas posições e as de seus Partido (PSOL).
Marina Silva procurou dar ao debate um tom suave. Contra o aborto, mas disposta a um plebiscito sobre o tema. Seu partido (PV), porém, inclui em seu programa a "legalização da interrupção voluntária da gravidez". E pelo Estatuto, ela é obrigada a seguir o programa do Partido.
Entre os debatedores, o único pertencente a um partido não abortista foi José Serra (PSDB). Manifestou-se contra o aborto, não concordou com um plebiscito sobre o tema e achou conveniente a não erotização dos jovens como meio de combater a AIDS. Serra tem, porém, contra si o fato de ter assinado em novembro de 1998, quando era Ministro da Saúde, uma Norma Técnica que introduziu a prática do aborto em nível federal nos hospital públicos. Embora não se possa desculpar essa atitude, ela encontra os seguintes atenuantes:
1. Serra não foi autor da Norma Técnica abortista. Ele já a encontrou em sua mesa, quando tomou posse em lugar de seu antecessor Carlos Albuquerque.
2. Ele foi enganado, como boa parte da população, pela farsa de que existe algum caso de aborto "legal" no direito brasileiro, e que em tais casos o Estado teria o dever de financiá-lo.
3. Como senador da República e como Ministro da Saúde, ele nunca foi um militante pró-aborto.
Serra está longe de ser o candidato ideal. Mas neste cenário sombrio pelo qual passamos, ele parece ser o único capaz de evitar - Deus nos livre - a vitória de Dilma Rousseff neste país.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pe. Luiz Carlos, a sua benção!

Salve Maria!

Votar no Serra seria então moralmente lícito, não seriaassociar-se a causa abortista, visto que o Serra aprovou a Norma tecnica do aborto?! Será que ele se arrependeu mesmo? Dá pra confiar nele?! Enfim um católico pode votar no Serra com a consciência tranqüila, sem cometer pecado morta?!

E o voto nulo, o que o senhor acha disso?! É uma solução?!

Unknown disse...

Estranho o comentário da Marina, se dizendo contrária ao aborto. Em sua campanha eleitoral já vi várias vezes ela declarando lutar pela descriminalização do aborto.

Mais lidos