Há 21 anos atrás eu recebia das mãos do saudoso Dom Manoel Pestana Filho a minha ordenação sacerdotal. Era o dia 31 de maio de 1992. Nessa data a Igreja comemora a Festa da Visitação de Nossa Senhora (embora em 1992 o dia 31 de maio tenha caído no domingo da Ascensão do Senhor).
Naquele dia eu não sabia - mas Deus sabia - que meu ministério sacerdotal seria dedicado à defesa da vida, mais especificamente à defesa dos não nascidos, como João no ventre de Isabel e Jesus no ventre de Maria.
Com Maria, "minha alma engrandece o Senhor", porque de fato, "o Poderoso fez em mim maravilhas". Fez e continua fazendo.
Peço aos amigos que agradeçam a Deus comigo, que orem pela minha perseverança e santificação e que não se esqueçam de pedir para mim a graça de uma boa morte.
Hoje, visitando o portal do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, descobri finalmente a nota que recebi em minha tese: 9,8 pelo texto escrito e 9,7 pela defesa oral. A média ponderada ficou em 9,8. Como é grande a misericórdia do Senhor! Espero poder em breve imprimir a tese aqui no Brasil e torná-la disponível para todos os amigos. O nome dela: "A alma do embrião humano: a questão da animação e o fundamento ontológico da dignidade de pessoa do embrião".
Uma notícia triste, que tende a fortalecer o totalitarismo petista, é a indicação de Luis Roberto Barroso para ocupar uma vaga no Supremo. O indicado reúne em si duas desvantagens: é inteligente e é mau. Durante sua carreira como advogado, destacou-se por defender causas ignóbeis: o aborto de crianças anencéfalas, a destruição de embriões humanos, a união estável de pessoas do mesmo sexo e a não extradição do criminoso italiano Cesare Battisti. No entanto - é preciso reconhecer - a defesa foi feita com habilidade. Sua retórica foi posta não a serviço da lógica, mas da sofística. Com os malabarismos mentais mais estranhos, obteve que a legalização do aborto eugênico (no caso da anencefalia) fosse feita pelo Supremo Tribunal Federal sem passar pelo Congresso Nacional. E chegou ao extremo de convencer os Ministros da Suprema Corte que a Constituição era inconstitucional (ou que o círculo não era redondo?) por não reconhecer a "união estável" entre homossexuais. Foi então que o STF agiu não apenas como legislador positivo, mas como reformador da Constituição, reconhecendo aquilo que ela não reconhece.
Ocupando uma cadeira no Supremo, Barroso terá tudo para consolidar o domínio da ideologia petista. E tudo isso com os aplausos da multidão ao "grande jurista". De fato, Dilma Rousseff não podia ter indicado nenhum outro nome mais conveniente para consolidar a invasão de competência do Congresso pelo STF.
A sabatina de Barroso pelo Senado deverá ocorrer no dia 5 de junho, quarta-feira. Usualmente, para nossa tristeza, os senadores costumam curvar-se às indicações da Presidência da República. No entanto, vale a pena ligar para o Alô Senado (0800612211) e pedir que o nome de Barroso seja rejeitado.
"Solicito a Vossa Excelência que rejeite o nome de Luís Roberto Barroso, indicado para ocupar uma vaga no STF. Como advogado, ele sempre defendeu a invasão de competência do Congresso pela Suprema Corte (por exemplo, a "legalização" do aborto de anencéfalos e da união estável de pessoas do mesmo sexo). O Congresso precisa 'zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes' (art. 49, XI, CF)".
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