Um amigo que várias vezes
defendeu-me enquanto estava sendo processado pelo uso da palavra
"abortista" publicou um artigo em que afirma não crer que o homossexualismo
seja antinatural.
Não é fácil nem agradável
corrigir um amigo. Mas a Escritura fala da correção fraterna como de um dever
grave, por cuja omissão deveremos prestar contas a Deus (ver, por exemplo, Ez
3).
Constrangido pelo dever, escrevo
no intuito de demonstrar que os atos libidinosos praticados entre pessoas do
mesmo sexo são antinaturais. Servir-me-ei de Santo Tomás de Aquino: não de sua
autoridade, mas de sua argumentação, que é puramente racional e não cita um
versículo sequer de Bíblia quando trata desse assunto.
Na Suma Teológica, o santo doutor
pergunta "se o vício contra a natureza é o pecado maior nas espécies de
luxúria" (II-II, q. 154, a. 12). Começando por enumerar as possíveis
objeções à sua tese - como costuma fazer - o Aquinate depois vai ao
"corpo" do artigo e explica que "a pior corrupção é a do
princípio". Um pecado que corrompe a natureza do ato conjugal - como o
a bestialidade (conjunção carnal com animais), o homossexualismo (conjunção
carnal entre pessoas do mesmo sexo), as práticas aberrantes no acasalamento
(entre pessoas de sexo diverso) e a masturbação (excitação sexual solitária) -
é mais grave do que um pecado que "apenas contraria o que está
determinado pela reta razão, resguardando-se os princípios naturais" -
como o adultério (ato sexual entre uma pessoa casada e outra que não o próprio
cônjuge) e a fornicação (ato sexual entre um homem e uma mulher solteiros).
O homossexualismo pertence à
primeira classe dos pecados de luxúria. Ele não se contenta em usar da natureza
contra a reta razão: viola a própria natureza. Entre os vícios contra a
natureza, ele ocupa o segundo lugar, perdendo apenas para a bestialidade.
Talvez seja por sua especial gravidade que esse pecado tenha sido escolhido
como motivo de "orgulho", com marchas, campanhas e ameaça de
perseguição aos discordantes ("homofóbicos"). Quem exalta o
homossexualismo deve fazê-lo com a intenção de afrontar a Deus ao máximo.
Mas o que é a natureza? O
mesmo que essência ou quididade. É aquilo que caracteriza a coisa
em sua intimidade. Responde à pergunta: "o que é a coisa?"
Se perguntarmos: "o que é o
ato sexual?", a resposta deverá incluir três notas: a dualidade, a complementaridade
e a fecundidade. Não pode haver um ato sexual solitário (masturbação),
pois isso fere a dualidade. Não basta que haja duas pessoas, é
preciso que elas sejam complementares (fisiológica e psicologicamente):
um homem e uma mulher. É preciso ainda que tal ato seja realizado de modo a
abrir-se à procriação: ele é naturalmente fecundo. Nada disso
existe nos atos de homossexualismo.
Segundo o Direito Canônico - que
extrai suas fontes tanto da Revelação quanto do Direito Natural - diz-se que o
matrimônio foi consumado "se os cônjuges realizaram entre si, de modo humano,
o ato conjugal apto por si para a geração da prole, ao qual por sua própria
natureza se ordena o matrimônio, e pelo qual os cônjuges se tornam uma só carne"
(cânon 1061, §1º). Este ato consiste em: erectio (ereção), penetratio
(penetração), ejaculatio in vaginam (ejaculação dentro da vagina).
Os que não entendem que o
homossexualismo seja antinatural, talvez usem "natural" no sentido de
"habitual". O hábito, porém, não se confunde com a natureza. Um
hábito acrescentado à natureza produz uma inclinação que a natureza, por
si só, não tem. Um hábito contrário à natureza é capaz de inclinar a
faculdade a agir contra a natureza. Tal inclinação habitual, não é, porém,
natural.
No entanto, diz um provérbio que
"o hábito é uma segunda natureza", isto é, tanto o hábito quanto a
natureza produzem alguma tendência. Se a tendência produzida pelo hábito
aperfeiçoa a natureza (a tendência de comer moderadamente, adquirida pela
repetição de mortificações do paladar), ótimo. Se a tendência produzida pelo
hábito corrompe a natureza (a tendência de praticar conjunção carnal com
pessoas do mesmo sexo adquirida pela repetição de atos homossexuais), péssimo.
O movimento homossexualista tem
tudo a ver com a causa antivida. Ele tenta destruir a família, que o saudoso
Beato João Paulo II chamava "o santuário da vida". Se quisermos verdadeiramente
defender a vida, temos que defender com todas as forças a virtude da castidade,
que regula o instinto sexual segundo a razão. É aos puros de coração que Jesus
fez esta maravilhosa promessa: "verão a Deus" (Mt 5, 8).
Um comentário:
Devemos denunciar e combater a Ideologia de Gênero, cartilha da LGBT para manipular a opinião pública, pior, começando no ensino infantil , com apoio da grande mídia:
http://cavaleirodotemplo.blogspot.com.br/2012/07/adht-entrevista-com-pastor-alberto.html
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