quinta-feira, 13 de junho de 2013

A prudência pró-vida

A prudência é chamada a rainha das virtudes cardeais. Ela dispõe os meios aos fins.

Como agir prudentemente em defesa da vida?

É prudente não dar aos cães o que é santo nem lançar pérolas aos porcos (Mt 7,6). Nada de dialogar com aqueles que não estão dispostos ao diálogo, mas desejam tão somente criar embaraços àqueles que são pró-vida. Nosso Senhor evitava responder diretamente às perguntas a eles dirigidas pelos escribas e fariseus que desejavam pô-lo à prova. Também ficou em silêncio diante das perguntas de Herodes, que desejava presenciar algum prodígio (Lc 23,9).

No entanto, a prudência não significa covardia nem vergonha. É nosso dever dar testemunho de Cristo, quer com a palavra, quer com o silêncio: "Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos Céus" (Mt 10,32-33). Às vezes é necessário falar não para converter o interlocutor de má-fé, mas para impedir que ele faça danos aos outros, que ouvem de boa-fé. Isso vale especialmente quando nosso silêncio pudesse ser interpretado como anuência ao que foi dito de falso.

Assim, a virtude da prudência nos ensina a ficar em silêncio suportando as injúrias que nos são dirigidas, como fez Cristo com seus algozes. Mas a mesma prudência nos ensina a agir com severidade quando está em risco a profanação das coisas santas, como o Templo (Mt 21,12-13) ou o escândalo aos pequeninos (Mt 18,6).

Em resumo, na defesa da vida devemos ter a prudência das serpentes sem, no entanto, perder a simplicidade das pombas (Mt 10,16).



2 comentários:

Anônimo disse...

Que preciosíssimas considerações, Pe. Luís Carlos! Aprendo muito com o senhor! Agradeço a Deus por isso!

Essas suas palavras me fizeram lembrar de um provérbio árabe. Cito-o de cabeça: É fraqueza calar quando se deve falar e falar quando se deve calar.

Em Cristo, nossa esperança, Alex.

Unknown disse...

Prezado Padre Luís Carlos, aprecio muito o seu blog e o Senhor, mesmo sem conhecê-lo. Acabo de enviar o e-mail abaixo ao Padre Paulo Ricardo e gostaria que o Padre tivesse conhecimento. Os católicos estão reagindo, Padre, conte conosco e muito obrigado por tudo:

"(...)

Mas não venho só agradecer e contar a minha história. Venho pois estava lendo no Mídia Sem Máscara e vendo o vídeo do Padre na Comissão de Direitos Humanos, sobre a PLC 3/2013 que passou desapercebida pela Câmara, pelo Senado - e claro, como não podia deixar de ser, pela imprensa - e tive uma ideia muito viável para mim. O sócio que me chamou para o escritório é diretor jurídico do Sindicato Patronal de Hospitais Clínicas do Rio de Janeiro, bem como da Associação de Hospitais e Clínicas do Rio de Janeiro, ou seja, tenho a possibilidade de levar a sugestão às direções do Sindicato e da Associação para uma Ação Judicial que pleiteie o reconhecimento da ilegalidade e inconstitucionalidade da PLC 3/2013, especialmente do seus artigos 2º e 3º, inciso IV, evitando que os médicos desses hospitais sejam obrigados a realizar tais procedimentos.

Se tivermos êxito, essa será uma medida fortíssima no combate à esta lei, caso venha a ser aprovada (apesar de ter fé, tenho certeza que esta foi uma medida saída de dentro do Planalto).

Com um deferimento do pedido de liminar ou de antecipação dos efeitos da tutela (dependendo do formato da ação judicial, ainda não decidi) - fato esse que seria divulgado nos jornais, creio eu - o povo brasileiro seria lembrado de que o aborto é crime em qualquer hipótese, e a tendência é de que a lei venha a cair no futuro. Todavia, mesmo que os tribunais superiores rejeitem nossa ação, a liminar terá impedido, durante algum tempo, que médicos fossem obrigados a realizar abortos. Mas temos que ter fé que, primeiro, a lei será vetada, e depois que ela cairá, seja por nossa ação, seja por outra.

Essa medida judicial irá debilitar seriamente os planos do governo e dos grupos abortistas, que verão todos os hospitais privados do Rio de Janeiro filiados ao Sindicato e à Associação impossibilitados de entrar no jogo da morte, além de inspirar reações a todos os hospitais do Brasil, se Deus quiser.

Creio que o Conselho Federal de Medicina não fará nada contra a medida (assim como somente vocifera contra as outras medidas do governo divulgadas nesta última semana, não adotando nenhuma medida concreta. Ademais, são pró-aborto...), portanto, não podemos acreditar que outras pessoas comprarão essa briga. Se os Conselhos Federais estão aparelhados com o governo - inclusive a OAB, de quem tenho tanta vergonha - nós mostraremos para eles que jamais poderão estatizar toda a população brasileira.

Acabo de tomar essa luta como pessoal e, conforme as coisas forem caminhando, vou avisando ao Padre, mas adianto, desde já, que brigarei para a lei cair antes mesmo da sua regulamentação pelo Min. da Saúde, evitando que um médico sequer seja obrigado a tirar uma vida sequer no Rio de Janeiro.

Caso tenha algum material diferente daquele já exposto pelo Senhor nos artigos e vídeos, peço, por gentileza, que me encaminhe. Tudo será útil para o processo e para o convencimento das direções do Sindicato e da Associação. Não posso garantir que meu sócio irá comprar essa briga e muito menos o Sindicato e a Associação, mas, sem dúvida, tenho o dever de tentar. Vamos ter fé.

Mais uma vez, muito obrigado pelo alerta e também simplesmente pelo fato do trabalho do Padre existir, possibilitando essa minha nova vida que ganhei, onde prezo pelo livre mercado, pela moral coletiva, pela fé católica, pela liberdade, pelo indivíduo, pela vida, pelo trabalho, pela cruz de cada dia, pela família, pela pátria e pelo ser humano.

Peço a bênção do Padre e um cordial abraço,

Henrique Figueiredo Simões
Advogado"

Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo.

Peço a benção, Padre Luís Carlos, e um cordial abraço,

Henrique Figueiredo Simões
Advogado

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